22 de agosto de 2012

Porcentagem de alunos mais ricos aumenta na Fuvest

Já comentamos neste blog o engodo dos tais sistemas de cota para ingresso nas universidades públicas. Agora ficamos sabendo que o percentual de aprovados no último vestibular da USP provenientes das classes mais altas aumentou ao invés de diminuir. Embora o percentual de matriculados oriundos da rede pública tenha aumentado quase 10%, aqueles com renda familiar acima de 7 salários mínimos subiu de 48,8% para 51%. Os com renda acima de 10 salários mínimos passaram de 33% para 35% da lista de matriculados, enquanto os com renda inferior a 5 salários mínimos fizeram o movimento inverso, caindo dos 35% do ano passado para 33% este ano.
Dados no mínimo intrigantes, especialmente quando o Senado aprova a reserva de nada menos que 50% das vagas das universidades federais para alunos da rede pública, vagas estas que devem ser preenchidas prioritariamente por negros, pardos ou índios. A questão que remanesce sem resposta é durante quanto tempo esse sistema precisaria ser aplicado a fim de possibilitar o acesso igualitário a todos. Como o problema do acesso passa pela qualidade da educação básica (e a julgar pelo recém-divulgado Ideb 2011...), a resposta que se insinua é por tempo indeterminado, o que seria um belo eufemismo para encobrir o fato de que as cotas não representam nenhuma solução, e provavelmente nem mesmo qualquer melhoria. Gostaria era de saber QUANTO o governo pretende investir nesses alunos, com bolsas de estudo, alojamentos, auxílio transporte etc. ISSO é o que pode fazer diferença e servir de estímulo para os alunos das classes mais baixas, e não simplesmente facilitar o seu ingresso numa instituição de ensino cada vez menos valorizada (se não for por mero acaso aquela greve de pelo menos três meses...).


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