24 de março de 2013

Professores do Distrito Federal recusam proposta e exigem que governador negocie diretamente com a categoria


Em 2010, quando ainda era candidato a governador, Agnelo Queiroz firmou com os professores e professoras da rede pública de ensino uma série de compromisso que, passados três anos, ainda não foram cumpridos. A tolerância da categoria para garantir reivindicações históricas, entretanto, parece ter chegado ao fim. Em assembleia numerosa, realizada na manhã desta quinta-feira (21), a categoria exigiu que o próprio governador faça a negociação com a Comissão que intermedeia a pauta de lutas da categoria. Nova assembleia foi agendada para o dia 3 de abril, às 9h30, na Praça do Buriti.

A principal reivindicação dos professores e professoras é a isonomia salarial com outras carreiras de nível superior. Para que isso fosse concretizado, além da incorporação da TIDEM (Gratificação em Atividade de Dedicação Exclusiva em Tempo Integral), ainda seriam necessários aproximadamente 50% de reajuste salarial. “Não dá pra chegar na mesa e falar que falta tanto. Estamos em negociação para atingir a isonomia. O que precisamos é de ver a disposição e a ação do governo para que isso aconteça”, afirma Thais Romanelli Leite, que compõe a direção do Sinpro-DF, sindicato que representa a categoria.

Em reunião realizada com o governo do DF nessa quarta-feira (20), foi entregue à Comissão de Negociação uma minuta que apresenta os avanços já negociados e acertados. Entretanto, não foi apresentada uma nova tabela salarial que atendesse à reivindicação de construir a isonomia salarial com outras categorias de nível superior nos próximos anos.

Até agora, entre os avanços garantidos pelos professores e professoras está a exclusão da tabela salarial de 40 horas com dedicação exclusiva, o que valida apenas duas tabelas: a de 20 horas e a de 40 horas trabalhadas. A mudança possibilita que os trabalhadores possam exercer outras atividades laborais, como permite a Lei.

Outro avanço é quanto à incorporação da TIDEM, que será feita para todos os professores e professoras, no período de dois anos. “Estamos em processo de negociação que está timidamente avançando, mas ainda não nos atende”, afirma a secretária de Imprensa e Divulgação do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa.

Reajuste só no nome

O vencimento básico inicial de um/a professor/a com graduação e aperfeiçoamento, já com a incorporação da TIDEM, em 2015, ficaria em R$ 1.895,17 para os que estão enquadrados na tabela de 20 horas semanais e R$ 3.790,35 para os que fazem 40 horas. Já os que são especialistas de educação e trabalham 20 horas semanais teriam vencimento básico inicial de R$ 1.989,93 e, os que trabalham 40 horas, R$ 3.979,87.

Atualmente, a média do valor do aluguel de um apartamento de dois quartos no DF está em aproximadamente R$ 1.460,00. O valor da cesta básica está em torno de R$ 280,00. Isso significa que os gastos apenas com alimentação básica e aluguel representam aproximadamente 50% do valor do salário reajustado de 2015 do professor especialista, enquadrado na tabela de 40 horas, ou seja, o que tem o maior salário inicial da categoria.

Por outro lado, o salário inicial atual de um médico da Secretaria de Saúde do GDF, com 20 horas semanais, é de aproximadamente R$ 3.900,00, quase o dobro do salário inicial de um professor com especialização e a mesma jornada de trabalho.


Segundo a coordenadoria de Imprensa e Divulgação do Sinpro-DF, “a incorporação da TIDEM nos vencimentos dos professores e professoras representa, no final do período de implantação, 1,46% de reajuste real”.



Fonte: CUT



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