Na última terça-feira, dia 13, representantes da Apeoesp se reuniram com o secretário Paulo Renato. A pauta da reunião? O pagamento dos dias referentes à greve, a reposição de aulas e as demissões dos professores categoria O de otário, além de outros detalhes de somenos importância. Quer dizer, das reivindicações da categoria, nada. Agora estamos literalmente correndo atrás do prejuízo, quer dizer, até o prejuízo já tá na nossa frente...
Não bastasse isso, o secretário foi irredutível quanto ao não pagamento dos dias de greve. O máximo que ficou de "consultar o governador" foi sobre a possibilidade de parcelamento dos descontos... Quanto aos detalhes relativos à reposição, bem como a retirada das faltas do prontuário, o secretário ficou de publicar resolução nos próximos dias. Portanto, preparem-se, porque lá vem bomba!
Os professores demitidos por serem da categoria O serão readmitidos, e os Professores Coordenadores Pedagógicos que teriam suas designações rompidas poderão permanecer até o final do ano. Quer dizer, as grandes conquistas da reunião foram apenas deixar algumas coisas como estavam. E mesmo assim só as de menor impacto sobre a categoria como um todo.
Aos que estiverem se sentindo "massa de manobra" de uma greve "política", vale lembrar que toda greve é política, e que se nosso movimento eclodiu num ano eleitoral não foi só por manipulação dos partidos de oposição, mas por causa da cultura política generalizada no nosso país, de só trabalhar em ano eleitoral! Claro que não havia melhor momento para pressionar José Serra, e isto não pode ser atribuído a mero partidarismo do sindicato, que também existe, inegavelmente. Que isso também não sirva de justificativa para a incompetência da Apeoesp em conduzir as negociações, mas o pior é constatar que fazemos parte de uma das classes mais desunidas do país, que insiste em se cobrir de uma aura de "nobreza" sem nada mais fazer por merecê-la além de cumprir suas obrigações estritamente profissionais, e que é a primeira a não se dar o valor que julga merecer. Não, senhoras e senhores, não temos nenhuma nobreza ou dignidade. Nas atuais circunstâncias, devíamos era ter vergonha de sermos professores.
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