8 de fevereiro de 2013

Caos na educação marca início do ano escolar na rede estadual de Minas Gerais


Começou na segunda (4), o ano escolar da rede estadual de Minas Gerais. O ano é novo, mas, os problemas se repetem.
Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), são muitos os problemas que tanto os trabalhadores/as quando os alunos e a comunidade escolar terão de enfrentar.
As escolas, por exemplo, iniciam suas atividades sem que tenham o quadro de profissionais completo. Segundo a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, as designações para Auxiliar de Serviços da Educação Básica não foram autorizadas na maioria das Superintendências Regionais de Ensino. As designações para professores ocorreram sem respeitar a regra da publicização das vagas com antecedência como na Superintendência Metropolitana B em Belo Horizonte. Destaca ainda que a Secretaria insiste em aumentar a carga horária do professor criando mais horas de exigência curricular, principalmente, para os professores dos anos iniciais do ensino fundamental. No Ensino Médio, o prometido coordenador para o projeto “Reiventando o Ensino Médio”, ficou apenas na promessa e os Conservatórios de Música continuam com um quadro de pessoal aquém das suas necessidades.
Aos professores que adoeceram em 2012 será exigida nova perícia médica para a contratação em 2013. “No entanto, não há mais vagas para agendamento de perícias antes do cronograma de designações”, alerta Beatriz Cerqueira.
Em relação ao concurso público, cuja homologação foi prometida para 30/10/2012 e posse para o início do ano letivo de 2013, somente após muita cobrança do Sindicato, o governo mineiro publicou a homologação no último dia 30. O Sind-UTE/MG continua cobrando a imediata nomeação dos concursados, sem qualquer resposta da Secretaria de Estado da Educação (SEE). E as vagas divulgadas no Edital do concurso estão sumindo do quadro das escolas e Superintendências Regionais de Ensino.
Número insuficiente de servidores
O Sind-UTE/MG também faz outras denúncias que mostram a dimensão do descaso do governo para com a educação em Minas. “Os alunos dos anos iniciais tinham o direito de ter aulas de educação física com professor habilitado na área, o que foi retirado pela Secretaria de Educação. O número de servidores nas secretarias das escolas estaduais é insuficiente e diminui a cada ano, fazendo com que um número cada vez menor de profissionais assuma, mais demandas que sobrecarregam o seu dia a dia de trabalho”, afirma a coordenadora-geral do Sindicato.
Desde novembro de 2012, o Sind-UTE/MG solicita uma reunião com a Secretaria de Educação e de Planejamento e Gestão para discutir as demandas da categoria, mas, nenhuma agenda foi confirmada até o momento.
Beatriz Cerqueira pondera que o Governo de Minas teve tempo para se reunir com os presidentes de dois importantes times mineiros de futebol, mas, não tem tempo para reunir e discutir a situação da educação, apesar dos insistentes pedidos de reunião feitos pelo Sind-UTE/MG e dos indicadores de acesso, permanência e qualidade da educação em Minas Gerais prosseguem preocupantes. “Enquanto ele conversa sobre futebol, o caos na educação mineira se instala”.
Em virtude dessa flagrante situação, o Sindicato faz alerta de que a resposta a tudo isso precisa ser uma forte campanha salarial educacional cujas manifestações de profissionais de todas as regiões do Estado tenham como ponto de chegada a Copa das Confederações. Quem sabe assim, o Governador ouça o grito de uma categoria cansada de desrespeito e desvalorização.

Fonte: CUT


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