Dirigentes da Apeoesp apontam avanços em assembleia que teve
clima tenso
Por Luiz
Carvalho
Após 19 dias de paralisação, os professores do estado de São
Paulo decidiram em assembleia nesta sexta-feira (10) encerrar a greve da
categoria.
Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), cerca de
três mil trabalhadores reuniram-se no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.
De acordo com o vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, o secretário de
Educação do Estado de São Paulo, Herman Voodrwald, acatou parte das
reivindicações dos professores, especialmente em relação aos temporários, e
firmou compromisso de não entregar à iniciativa privada o Hospital do Servidor
Público Estadual de São Paulo (HSPE).
“A greve será suspensa, mas manteremos um calendário de mobilizações. O governo
aceitou acabar com as provas seletivas para que os professores possam ministrar
aula, diminuir a duzentena - 200 dias em que o professor deve ficar fora da
rede após o fim do contrato - e permitir que os trabalhadores possam
utilizar o Iamspe (Instituto de Assistência do Servidor do Estado). Ainda, ficou
acertado que o Hospital do Servidor não será privatizado”, pontuou o dirigente.
Em relação às outras pautas econômicas – reposição salarial
de 36,74% e reajuste imediato de 13,5% (sendo 5,5% refentes ao valor garantido
por lei e que não foi pago no ano passado) –, o dirigente destacou que também
houve conquistas, porém, ainda insuficientes.
“Já tínhamos garantidos 6% de reajuste por lei e o governo
ofereceu mais 2%. Porém, não vamos abrir mão do que ainda nos deve do ano
passado. Por isso a pressão sobre o governo vai continuar.”
Clima tenso e conflito
Os avanços destacados pelo dirigente, porém, não agradaram
parte dos manifestantes que acompanhavam a assembleia.
Após a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Bebel,
convocar a votação da continuidade da paralisação e anunciar a vitória do
retorno às atividades e a manutenção do estado de alerta, um grupo insatisfeito
passou a atirar garrafas e latas sobre o caminhão de som onde estava a direção
da entidade.
“Não faz sentido nós termos 10% dos professores estudais em
greve e mantermos a paralisação. Foi um resultado apertado, mas foi votado pela
maioria”, explicou.
Bebel destacou ainda que o governo aceitou diminuir a de 200 para 40 dias
o tempo que o professor temporário deve permanecer fora do cargo após o término
do contrato e o fim da avaliação pela qual passava após avaliação de qualidade
determinada pela secretaria.
A próxima reunião com a secretaria da Educação está marcada
para a próxima quarta-feira (15).
Fonte: CUT
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