30 de maio de 2010

Entenda o contracheque de um professor de Minas Gerais

Se alguém ainda tem dúvida de que a política tucana é a mesma por toda parte por onde essas aves se instalam, pode comparar seu contracheque com o de um professor de Minas Gerais. Qualquer semelhança não será mera coincidência:


O contracheque em tela é comum aos professores com as seguintes características:

a) a data do contracheque é de março de 2010, portanto, foi pago este mês de abril de 2010,

b) o símbolo PEB3B significa que se trata de um professor com licenciatura plena (curso superior), que cumpriu o estágio probatório e recebeu uma progressão na carreira, de A para B,

c) o piso básico deste professor, sobre o qual incidem as gratificações e mudanças na carreira, é de R$ 515,49. Se fosse um professor PEB3A, o piso seria de R$ 500,00. Como o professor em questão recebeu uma progressão, teve um aumento de 3% sobre o piso de R$ 500,00. Logo, o piso pulou paraR$ 515,00. Se este professor mudar de nível(promoção), passando paraPEB4 - mudança que ocorre a cada cinco anos, desde que haja titularidade adequada (pós-graduação), ele receberá aumento de 22% sobre o piso. Ou seja, seu salário base seria de R$ 610,00,

d) como o governador criou um teto salarial de R$ 850,00 - que o governo vende para a opinião pública que se trata de um "piso remuneratório", a diferença entre os tais R$ 515,49 e o teto de R$ 850,00é preenchida com penduricalhos e gratificações, como: VTI (Vantagem Temporária Incorporada), PCRM (Parcela Complementar de Remuneração do Magistério), além da gratificação de incentivo à docência (mais conhecido como pó-de-giz) que é um percentual de 20% sobre o piso real de R$ 515,49,

e) toda a movimentação ocorrida na carreira (progressões, promoções, quinquenios, etc) é deduzida dos penduricalhos (VTI e PCRM, sem alterar o teto salarial de R$ 850,00. Assim, se o professor mudar de PEB3 para PEB4 após cinco anos de trabalho e tendo feito especialização ou mestrado ele continuará recebendo os mesmos R$ 850,00 de salário bruto,

f) sobre este volumoso salário de R$ 850,00 há o desconto da previdência de 11%, mais o desconto do Ipsemg - que até ontem era compulsório -, mais as contribuições sindicais. O que restou como salário líquido, que é aquele valor que o trabalhador bota a mão no dia do pagamento, é a expressiva quantia de R$ 720,55,

g) ou seja, não dá nem pra pagar um almoço de deputado, que, de acordo com as notas fiscais das verbas indenizatórias que eles recebem para custear aluguel, comida, casa, transporte, etc, além dos poupudos salários, chega a custar R$ 9 mil reais numa só tarde de almoço,

h) e é assim que Minas avança! Com choque de gestão em cima dos educadores...

fonte: blog do Euler.




4 comentários:

Regina Bolico disse...

Sou professora estadual aqui no RS, sob o governo da sra Ieda Crucius. É a mesma coisa!
Um abraço!

Mauro Bartolomeu disse...

Agradeço pelo depoimento, Regina. O pior é que essas aves vão continuar no poder por mais algum tempo.

Anônimo disse...

Concordo com o POST mas descordo com o amigo Mauro. O problema está justamente aí ou melhor dizendo: não é aí... PT, PSDB, PMDB, etc etc etc... Não têm diferença mas sim as pessoas têem ... O governo do PT foi a mesma coisa, cheio de denúncias, roubos, rombos, e por aí vai... criou um verdadeiro holocausto no mercado imobiliário... assim como os passados... temos que organizar é manifestações em Brasilia pra tirar esses governantes do poder... colocar sangue novo, podemos até errar mas de forma diferente pelo menos... na hora de inovar o que o povo fez? continuou com o mesmo... se é assim, então porque a reclamação?? Vamos mudar gente, professores, vamos dar aulas indiretas de consciência política em sala de aula... não é simplesmente falar que é errado a corrupção e sim formar pensadores politicamente corretos.

Mauro Bartolomeu disse...

Caro Anônimo, dada sua dificuldade em articular suas ideias, não dá pra saber direito do que você está falando, já que, até onde eu saiba, o estado de São Paulo nunca teve um governo petista, mas, seja como for, ninguém disse que outro partido seria diferente, apenas constatamos os resultados da política SISTEMATICAMENTE levada a cabo pelo PSDB. Não estou discutindo corrupção, que é outro problema, mas apenas as políticas para o funcionarismo público. Quanto à corrupção, discordo de você, a solução não é "colocar sangue novo", mas sim mudar o próprio sistema (formas de financiamento das campanhas eleitorais, regulamentação do lobby e das emendas parlamentares, por exemplo). Sem isso, não adianta nada mudar as moscas, porque a merda vai continuar a mesma.