1 de outubro de 2011

Ministério quer aumentar número de dias letivos - Secretaria quer cortar aulas de português e matemática

Diante do fracasso generalizado dos alunos das redes públicas, eis que os órgãos “competentes” do governo mais uma vez planejam mudar tudo, na ânsia desesperada de… dizer que estão fazendo alguma coisa. Mas, pra variar, parece que ninguém sabe ao certo o que fazer. Prova disso é que, enquanto o Ministério da Educação propõe aumentar o número total de aulas (inclusive o número de dias letivos), a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo propõe, para a grade curricular a ser implantada em 2012, a diminuição do número de aulas de português e de matemática (e o aumento, em contrapartida, das de física, sociologia e espanhol, que passaria a ser obrigatória…).

O raciocínio do governador é bastante claro: se os dados do SARESP apontam que 38% dos alunos estão abaixo do nível básico em língua portuguesa e 58% deles em matemática, a culpa só pode ser dos professores dessas disciplinas. Dessa maneira, diminuindo a exposição dos alunos a esses professores, aqueles índices deverão melhorar, não é verdade? Mais uma vez me recordo daquela lenda de um czar, já contada na primeira postagem deste blog…


E não é que o caso do Ministério, por sua vez, também revela um problema de matemática básica? Senão vejamos: uma das propostas é aumentar em 10% o número de dias letivos (que passariam de 200 para 220). Mas, contabilizando o período de férias (30 dias, agora em duas parcelas de 15 dias, no estado de São Paulo…), mais feriados (entre nacionais, estaduais e municipais), só sobrarão os finais de semana para esses dias letivos extra. O problema, nesse caso, não é nem a aplicabilidade da lei, porque sempre haverá profissionais altamente qualificados dispostos a trabalhar aos finais de semana pelos nababescos rendimentos concedidos aos funcionários estaduais… Mas será que conseguiremos fazer os alunos comparecerem a essas aulas?

Vamos esperar que o ministro não se equivoque, pelo menos, nos cálculos dos repasses para educação, já que a proposta do PNE (Plano Nacional de Educação) é de elevar de 5 para 7% do PIB (Produto Interno Bruto) para a área…

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