26 de setembro de 2011

"Se eu ganhasse R$ 712, eu ia ser servente de pedreiro"


Flávio Castro, assessor do deputado estadual Luís Humberto Carneiro (PSDB), líder do governo Antonio Anastasia (também tucano), ao ser questionado por uma professora em manifestação em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais “e se o senhor ganhasse R$ 712,00?”, respondeu: “se eu ganhasse 712, eu ia ser servente de pedreiro” (o vídeo pode ser visto no YouTube). A declaração é polêmica, pois desqualifica tanto os serventes de pedreiro quanto os professores, em greve no estado a mais de 100 dias pelo cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério. Desqualifica os serventes de pedreiro, porque a categoria foi assim colocada na posição mais baixa da escala social, e desqualifica os professores porque atribui a eles a incompetência de desenvolver outra qualquer atividade melhor remunerada. Mas guarda, ao mesmo tempo, uma grande verdade: a de que mesmo um servente de pedreiro (profissional tão imprescindível e respeitável quanto qualquer outro, mas sem formação de nível superior) ganha mais do que um professor estadual (mesmo que este conte com uma sólida graduação, uma especialização ou mesmo uma pós-graduação stricto sensu).

Nesta segunda-feira (26), a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, manteve a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que determinara a imediata suspensão da greve, e rejeitou o pedido de liminar apresentado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindute-MG) pela manutenção da paralisação. De acordo com a entidade, o piso salarial pago aos professores e demais servidores da educação em Minas é de R$ 369,00. Não, não é erro de digitação: são trezentos e sessenta e nove reais.

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