O que se pretende ensinar às crianças colocando-as para
marchar no 7 de setembro? Conforme aprendi com o amigo Alexandre, na página Rio
Preto Cult, a data começou a ser comemorada em 1830, já que até então celebrava-se
era o 12 de outubro, dia em que D. Pedro tornou-se imperador. Além do que essa
nossa independência foi uma independência de fachada, que manteve no poder o
descendente legítimo da coroa lusitana...
Mas, para além de tudo isso, que valores
e atitudes transmitimos aos nossos alunos colocando-os em fileiras separadas
por um braço de distância, marchando ao ritmo repetitivo de uma bateria? Certo
me responderão que neles se incute a disciplina e a obediência, tão escassas nos
dias de hoje. Se isso de fato melhorasse o seu comportamento em sala de aula,
seria sem dúvida uma atividade louvável. Isso, porém, é bastante duvidoso, e essa obediência, conquanto seja uma virtude muito
cultivada no âmbito militar, não tem razão de o ser fora dele. Espera-se que
o membro das forças armadas obedeça cegamente às ordens dos seus superiores,
mas um dos objetivos da educação básica é formar cidadãos questionadores, e não
robozinhos programados para obedecer sem crítica. Visto por esse ângulo, as
comemorações cívicas, bem como os hinos e os pais-nossos entoados no início das aulas, prestam um
desserviço à educação. Lembremos o que disse Einstein a esse respeito: “detesto
quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com
cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinhal”. Fica a reflexão.
Um comentário:
Grande Maurão, fez uso louvável das poucas palavras que escrivi. Foi mais profundo e crítico, é justamente isso meu caro, disciplina até nas formas de pensar e reinvindicar.
Grande abraço meu amigo.
Postar um comentário